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Historia de Capo da Canoa RS

Com o incio do sculo XX teve inicio tambm o precrio povoamento de nossas terras. Na dcada de 1910, algumas pessoas que residiam no campo vinham at o mar para pescar. E foi por volta de 1920 que comearam a chegar veranistas vindo da serra, a cavalo ou por charretes puxadas por mulas e bois, que aqui encontraram os primeiros hotis Bom Filho que depois ou a se chamar Hotel Grizza e o do Pedro Nunes (foto desta pgina - cujo letreiro foi pintado por um dos hspedes). Figueiras, aras, butiazeiros e matinhos enfeitavam o nosso quadro de muitos lagos, cercados por cmoros de areia, muito altos.
Para iluminao usavam velas, lampies querosene e carboreto, e a gua era de poos particulares. Foi no final da dcada de 20 que ouve um crescimento maior, tanto de veranistas como de populao fixa.

Como meio de transporte os barcos de carga eram os principais responsveis pelo abastecimento de todo e qualquer material pelo abastecimento de todo e qualquer material de que necessitssemos. E eram as carretas que faziam o longo percurso de transportar do Porto da Barra do Joo Pedro aos seus destinos, as encomendas.

A viagem de Porto Alegre Capo da Canoa era feita em trs etapas:

Aqui os vapores ancoravam no Porto da Barra de Joo Pedro ou em ocasies especiais, no Porto da Camila (hoje a casa de bombas da CORSAN). Na poca j haviam alguns veranistas que se aventuravam a vir de diligncias via Tramanda - Praia. Mais hotis garantiam a boa acomodao dos turistas: o Hotel Atlntico, Bela Vista, Bassani e Rio-Grandense.

A primeira casa comercial, do senhor Joo Vidor, vendia de tudo, e se abastecia com mercadorias transportadas pelo barco e cavalo.Qualquer assistncia mdica deveria ser procurada nos centros maiores como: Cornlios, Maquin ou Osrio, de vapor ou a cavalo.
A alimentao bsica, no inverno, principalmente, era peixe e marisco.
As missas, at ento rezadas em casas de famlia, no vero aram a ser celebradas no Hotel Rio-Grandense, de propriedade do senhor Alberto Mury e celebrada pelo Padre Henrique.
E foi nos anos 30 que os hotis instalaram seus geradores de luz, seus poos com bomba para puxar gua.Construram o Farol e com ele chegou o primeiro telefone, de propriedade da Marinha, que ligava Capo da Canoa a Osrio.
A primeira Escola da sede, tambm aconteceu nesta poca (1932) com a professora Maria de Lourdes M. Vras buscando alunos em casa, comprando roupas e materiais escolares para as crianas, alm de lavar seus rostinhos e mos para poderem frequentar a sala cedida na casa de seus pais Guilherme e Conceio Vras. Foi seu pais quem fabricou as mesas e bancos a serem ocupados pelos alunos.
Os carros comeavam a trafegar pelo balnerio, vindos de Porto Alegre a Tramanda e Tramanda a Capo pela praia.O Expresso Jaeger realizava uma vez por semana e depois diariamente, a grande faanha de viajar Porto Alegre a Torres, trazendo com ele carregamentos, ageiros, recados e avisos, um autntico meio de comunicao.
Foi na dcada de 30 que veranistas e populao de inverno se uniram para construir e equipar a primeira capela Nossa Senhora de Lourdes, localizada onde hoje o edifcio Sep e Guaran.

Na dcada de 40 iniciou a movimentao maior e o progresso acelerou.
Lagos e laguinhos comearam a ser aterrados com as areias dos cmoros, as construes comearam a proliferar em decorrncia da instalao da primeira fbrica de mveis e esquadrias da empresa Capo da Canoa que tinha como funcionrios os senhores Hans e Hugo Birlem, e depois Birlem e Cia. Ltda. j como um dos scios o senhor Otto Birlem.
A empresa Cometa dos senhor Constantino Eckermann comeou a operar com um nibus que fazia diariamente a linha Capo da Canoa-Osrio usando a estradinha recm aberta, atravessando a Barra do Joo Pedro com uma balsa que mais tarde cedeu lugar a atual ponte no Canal Joo Pedro, RS 407.

Criou-se na poca a Cooperativa de Energia Eltrica, na qual os associados tinham direito de receber luz nos seus hotis e casas particulares, no horrio de inverno de 17 horas e 30 minutos s 22 horas e no vero das 20 s 24 horas. Segundo o senhor Andr Pusti, encarregado do controle operacional da Cooperativa, este horrio era flexvel mediante o pagamento de taxas extras e em dias especiais de alguma comemorao ocasional. Havia uma precria iluminao pblica.A gua embora de poo, puxada pela fora de cata-vento foi canalizada pela empresa Capo da Canoa, de propriedade de Jos Agostinelli e Ramiro Correa que construiu a primeira caixa d'gua na atual Paraguass esquina Pindorama, e que ainda hoje existe ornamentando o local.

A Festa de Santo Antnio entrou para o calendrio de inverno. Era uma semana inteira de comemoraes. Todos os fazendeiros vinham ar a semana aqui. Bandinhas de Tramanda abrilhantavam as festividades, leiles animavam e avultavam a arrecadao, comes e bebes no faltavam.
No vero a festa de Nossa Senhora de Lourdes movimentava com os veranistas.
O esporte era futebol de campo aberto, primeiramente onde hoje est o edifcio Aimor, e aps a construo deste na pracinha do centro.
No inverno a populao iniciou o movimento para construir o Capo da Canoa Futebol Clube, ao mesmo tempo que frequentava as carreiras de cavalo na Pomba Assada, perto do Porto da Camila.
Os hspedes dos hotis se reuniam todas as noites, cada noite em um hotel para conversar e danar, e no hotel Rio-Grandense aconteceram alguns shows artsticos.
Os carnavais eram de rua, com fantasias de papel, carretas de bois enfeitadas e o clssico banho de mar para coroar a festa.Como eio os veranistas contratavam carrocinhas puxadas por bodes ou cabritos, para distrair as crianas, que ficavam durante este perodo cuidadas pelo responsvel da carrocinha.

Aps o jantar os veranistas faziam tradicional eio pela praia at o farol.
Os horrios do banho de mar eram das 8 horas e 30 minutos s 10 horas e 30 minutos e das 15 s 16 horas. O almoo era em torno das 11 horas, 17 horas j era considerado tardinha, preparativos para jantar.A temporada de vero compreendia os meses de janeiro, fevereiro e maro.Nos anos 1950-1960 mais progresso mais veranistas, mais populao fixa, mais atraes.

Durante o veraneio, instalaram-se no Edifcio Aimor a primeira barbearia e o primeiro restaurante, cujo Maitre, de categoria internacional vinha do Restaurante Quitandinha do Rio de Janeiro, trazido pelo senhor Ramiro Correa. A rodoviria e a telefnica, que ou a ter maior alcance e prestar maiores servios, tambm se instalaram no edifcio Aimor.