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Historia de Andr da Rocha RS

Por volta do ano de 1700, os primeiros missionrios jesutas espanhis chegaram na regio e encontraram somente indgenas conhecidos pelo nome genrico de "Cainganges" ou "Coroados".
Os tropeiros e os primeiros colonizadores da regio sofriam por vezes ataques desses indgenas.
As primeiras tentativas de penetrao no territrio tinham por objetivo a caa ao gado e o aumento das fronteiras.
O povoamento teve lugar no ano de 1840, com a chegada do primeiro proprietrio da fazenda do Prata, Bernardo Fialho de Vargas, natural de Taquari.
A Fazenda do Prata limitava-se com a fazenda So Joo, de Joo Mariano Pimentel, poderoso tropeiro paulista. Esta fazenda limitava-se com a fazenda So Jos, de Jos Nunes da Silva.
Em 1851, a fazenda do Prata e a fazenda So Joo foram assaltadas pelos ndios Coroados, guiados pelo negro Joo Grande. A partir da, a famlia Fialho de Vargas ou a colocar uma pessoa no alto do morro prximo sede da fazenda, a fim de prevenir uma eventual aproximao dos indgenas. O morro ou, por isso, a chamar-se Morro da Vigia e hoje localiza-se prximo sede do novo municpio.
Bernardino Fialho Vargas vendeu a fazenda do Prata ao lagunense Manuel Pereira Vieira, que faleceu com 51 anos, em 20 de maio de 1902.
Outro pioneiro foi Joaquim Antnio Fernandes e tambm Joo de Souza Dias, primeiro proprietrio da fazenda So Crispin, no Chimarro.
O distrito, na poca pertencente ao municpio de Lagoa Vermelha, foi criado pela Lei n 32, de 08 de novembro de 1904 e contava nesta data com 8 habitaes e uma Capela.
Os primeiros sinais de progresso da vila surgiram com a fundao de uma fbrica de queijos, que fez com que a vila fosse por muito tempo conhecida por "Fbrica". Em 1905 foi instalado o Cartrio do Registro Civil, tendo como primeiro titular o sr. Renato Davila, seguido, em 1908, de seu irmo Lauro Davila.
Em sete de setembro de 1912, reuniram-se os srs. Firmino Jacques, Amantino Vieira Hoffmann, Jos Carlos Ely, Zeferino Rodrigues Borges, Virgnio DallIgnia, Pedro Eugnio Midechescki, Adolpho e Mnica, e Valentin Troian, que fundaram a cooperativa de laticnios "Unio e Trabalho", que teve como seu primeiro presidente o Sr. Firmino Jacques.
Fundada a cooperativa, por volta de 1913, estabelecia-se a famlia Giovanini, de Bento Gonalves e logo em seguida, surgia a primeira casa comercial, de propriedade de Joo Crispin Dias, em sociedade com Amantino Vieira Hoffmann.
Por volta de 1918 surgiu o primeiro sapateiro que foi Francisco Faversani.
A casa comercial, em 1920, foi adquirida por Tarquinio Calliari e Jos Carlos Calliari.
Em 1920 comeou a clinicar o dr. Miguel ngelo de Pata. Seguiram-se os drs. Irineu Gomes de Vasconcellos e Itagibe Vabbom, junto com o farmacutico Joo Ferreira.
Em 18 de janeiro de 1926, em homenagem ao primeiro Juiz da Comarca, do municpio de Lagoa Vermelha, foi atribudo o nome de Andr da Rocha ao distrito conhecido como "Fbrica"; tambm foi inaugurado um retrato do Juiz no salo nobre da Prefeitura de Lagoa Vermelha, onde funcionou o Frum at 1956.
Dr. Manoel Andr da Rocha foi o primeiro magistrado da Comarca de Lagoa Vermelha; era natural do Estado do Rio Grande do Norte e casou-se com uma filha do dr. Jorge Guilherme Moojen, morador de Lagoa Vermelha.
O Juiz Andr da Rocha, durante a revoluo de 1893, participou ativamente da defesa da cidade de Lagoa Vermelha que havia se tornado reduto republicano. Em 12 de fevereiro de 1903, era nomeado Desembargador do Tribunal de Justia do Rio Grande do Sul, integrando-o durante mais de trs dcadas, havendo ocupado a presidncia por muitos anos. Ainda foi um dos fundadores, primeiro Reitor e professor emrito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Por volta do ano de 1926, quando as emancipaes eram decretadas por atos do ento presidente do Estado, as lideranas polticas da poca haviam tentado a emancipao de Andr da Rocha, sem contudo terem logrado xito, pois j naquela ocasio a opinio dos chamados "chefes polticos" no havia sido unnime.
O primeiro hotel foi de Pedro Freitas, cunhado de Jos Crispin Dias, que vendeu-o, depois, para Argemiro Martini e este para Marcos Fiori e em 1941, para a famlia Tagliari.
No ano de 1965, Andr da Rocha tenta pela segunda vez sua emancipao poltica. A Comisso Emancipacionista daquela poca teve na sua presidncia o Sr. Jos Carlos Prestes Machado Vieira e, como vice-presidente, o sr. Adelino Denardi.
Marcado o plebiscito para o dia 12 de agosto de 1965, um dia antes a Comisso Emancipacionista e a populao de Andr da Rocha tomam conhecimento de que o mesmo havia sido suspenso, face o ingresso de um mandado de segurana no Tribunal de Justia do Estado.
Diante do fato inesperado, nada pde a Comisso Emancipacionista da poca fazer e viu-se, ento, a populao frente a uma enorme frustrao.
No dia 11 de novembro de 1987, aps exaustivos debates em torno do assunto que envolvia uma nova tentativa de emancipao por parte da comunidade de Andr da Rocha, finalmente se reunia a populao em Assemblia Geral.
Depois das infrutferas tentativas anteriores, nasceu um sentimento natural de descrdito na possibilidade de emancipar-se.
Em 1987, aram os Srs. Antnio Vieira Jacques e Miguel Angelo Tagliari a levantar a possibilidade de se fazer uma nova tentativa. Inmeras emancipaes estavam ocorrendo no Estado e a comunidade de Andr da Rocha poderia tentar mais uma vez.
Inmeras reunies preliminares foram realizadas antes da data da Assemblia Geral da Comunidade, ocasio em que vrios lderes da comunidade recusaram-se a assumir o comando do movimento, temendo nova derrota.
Na reunio de Assemblia Geral da Comunidade, realizada no dia 11 de novembro de 1987, quando faltavam dois dias para encerrar o prazo de apresentao de solicitaes na Assemblia Legislativa do Estado, foi eleita, por unanimidade, a seguinte Comisso para liderar a emancipao: Presidente - Miguel Angelo Tagliari; 1 Vice-Presidente - Itibereca Paim Loureno; 2 Vice-Presidente - Lus Carlos da Silva Jacques; 1 Secretrio - Joo Carlos Ramos Tagliari; 2 Secretrio - Luiz Fernando Motta Paim; 1 Tesoureiro - Braz Reis Hoffmann; 2 Tesoureiro - Sadi Davila Hoffmann; Conselho Fiscal - Jonas Jacques Prestes; Jos Alceu Vieira Jacques; Romeu Dond; Antnio Foscarini; Pedrinho Cristianetti e Firmino Vieira Jacques, que aceitaram o encargo.
Vencidas inmeras dificuldades, o Tribunal Regional Eleitoral marcou a data de 10 de abril de 1988, para realizao de consulta plebiscitria populao de Andr da Rocha.
Novamente as foras conservadoras levantaram-se contra a emancipao, ingressando novamente com um mandado de segurana no Tribunal de Justia do Estado, requerendo a suspenso da consulta plebiscitria.
No dia 24 de maro de 1988, foi deferida a medida pleiteada, suspendendo a realizao do plebiscito. A Comisso Emancipacionista no se intimidou e reivindicou seus direitos de consultar a populao para que pudesse decidir a respeito de seus prprios destinos, emancipando-se. Todas as tentativas resultaram infrutferas e o Tribunal de Justia manteve a suspenso do plebiscito.
Diante do quadro que se apresentava, a Comisso Emancipacionista continuava lutando desesperadamente para conseguir seu intuito de realizar o plebiscito. No era mais possvel a realizao no dia 10 de abril de 1988, mas havia ainda a possibilidade de realizar o plebiscito em outra data.
Todas as possibilidades legais diante do Tribunal de Justia haviam sido tentadas, contudo sem lograr xito. Restava, ento, a ltima alternativa que era a negociao com o impetrante do mandado de segurana. Finalmente, chegou-se a um denominador comum.
Feito o acordo em torno das divisas da rea emancipada, no dia 21 de abril de 1988, em reunio do Tribunal Pleno do Tribunal de Justia do Estado, era arquivado o mandado de segurana, face a desistncia do impetrante.
Sem que fosse perdido um minuto sequer, pleiteou-se ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado para que fosse a consulta plebiscitria novamente marcada, e ficou designado o dia 24 de abril de 1988, quando por esmagadora maioria a populao decidiu em favor da emancipao de Andr da Rocha.